A Nossa História

Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Golegã


A Golegã foi, no Distrito de Santarém, umas das primeiras terras a ter a honra de ser servida por um Corpo de Bombeiros Voluntários.
O início da história desta Associação data de 1869. A 19 de Maio desse ano foi nomeada uma comissão, constituída por:
  • Presidente: Miguel Julião Ferreira
  • Tesoureiro: Ricardo Justiniano Tavares
  • Secretário: José de Oliveira
para angariação de fundos. Dessa angariação resultou a verba de 395$65 reis que foram aplicados na compra de 2 bombas de incêndio e de outro material.
Na acta de 13 de Agosto do mesmo ano foram nomeados Encarregado de bombas, Francisco da Silva Castro, latoeiro de profissão com ordenado de 24$00 ano e Encarregados das agulhetas António da Guia Gameiro e António Cachado. Os agulhetas como eram designados, tinham dois substitutos António da Guia Gameiro Júnior e Joaquim da Silva Brogueira. Os primeiros agulhetas que aparecessem num incêndio recebiam uma gratificação de 1$00 reis.

Bomba braçal 1870
A 26 de Setembro de 1874 Francisco da Silva Castro foi demitido da sua função sendo substituído por João Mendes da Silva, carpinteiro de profissão e morador no largo da Praça. Mais tarde o Corpo de Bombeiros acabou por ser extinto.
Em 1907 foi fundado e Comandado um novo Corpo pelos senhores José Veiga e José de Vasconcelos. O Quartel Sede ficava situado no número 90 da actual Rua José Relvas e a Casa da Bomba e outro material operacional num celeiro em frente ao quartel. Entretanto em 1912 ocorreu novamente a extinção do Corpo de Bombeiros.
Suspendida a nobre e leal actividade dos seus Voluntários o povo da Golegã sentiu com alguma aflição, que os seus bens e até as próprias vidas, em caso de incêndio, não eram sujeitas a qualquer protecção, por falta dos seus Bombeiros.
Os Goleganenses reconheciam, que, principalmente no verão, se vivia na vila uma situação de alto risco uma vez que no seu interior existiam mais de uma dezena de eiras.
Por este motivo nunca abandonaram a ideia de reactivar o Corpo de Bombeiros, contudo, e pelos mais variados motivos, a ideia foi sendo adiada, como já o havia sido de 1874 a 1907.
Os anos foram passando, e para precaver a tão evidente falta, sempre que deflagrassem incêndios, o popular mais ágil e melhor informado, corria à Igreja Matriz a tocar o sino a rebate, enquanto outros já alertados, corriam aos Paços do Concelho, de onde rebocavam a carroça com a bomba manual, que antes pertencera aos seus Bombeiros, para se lançarem, com a ajuda quase geral, que mantinha o tanque abastecido de água, num combate, muitas vezes inglório.


Bomba Braçal
Assim e sempre que fogos de maiores dimensões ocorriam, e que muitas vezes punham em risco vidas e bens, alguns Goleganenses, redobravam os seus esforços no sentido de reactivar o Corpo de Bombeiros.
Nos finais do ano de 1942 um grupo de homens: Teodoro Amorim, Artur Lince Gameiro, Augusto Nicolau Sardinha e António Almeida constituiu uma comissão de modo a tornar o sonho realidade e assim nasceu a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Golegã.  


Pormenor do Salão Nobre com as fotografias dos 4 fundadores
 De extrema importância foram os contactos feitos pela comissão na Quinta da Broa com o Sr. Manuel Veiga que, não só garantiu total apoio, como ainda, fez oferta de todo o material dos antigos Bombeiros, incluindo uma galera de tracção animal, para transporte de pessoal e material e na Câmara Municipal da Golegã, com o Sr. João Carlos de Carvalho Reis e Silva seu presidente, que garantiu a cedência de instalações, e oferta, por parte da edilidade, de uma moderna "Moto-Bomba".


Moto-bomba

Continuando a trabalhar este grupo, na altura já acompanhado de outros Goleganenses de boa vontade, reuniram numa sala, gentilmente cedida pela Casa do Povo, e aí foram discutidos os indispensáveis estatutos e assinados por 66 membros.
De onde saíram, democraticamente eleitos, o primeiro presidente da direcção, Carlos Mendes Gonçalves, e o professor José Batista Martins, primeiro Comandante do Corpo Activo em formação provisoria¬mente instalado no rés-do-chão do antigo edifício dos Paços do Concelho.

Finalmente em 22 de Julho de 1943, data histórica para esta Associação, foram aprovados os estatutos que regeram a Associação até 24 de Outubro de 1995, data em que foram aprovados os actuais.
Nesta data e já com alguns obstáculos vencidos, entrava-se na hora das grandes decisões, dado que o pessoal do Corpo em formação tinha de ser preparado. Assim, e enquanto não houve possibilidades próprias, contou-se com o precioso apoio dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas, disponibilizando, temporariamente, algum material e cedendo monitores que, sob as ordens do Sr. Capitão Oliveira, ministraram a indispensável instrução.
Cópia das assinaturas dos Estatutos da fundação
O entusiasmo destes homens era geral, levando-os a trabalhar sem limites e assim, com orgulho e muita alegria, em 1943, inauguraram, no n.º 37 da Rua D. Afonso Henriques, o seu primeiro Quartel Sede, onde organi¬zadamente se instalaram, e dispuseram o seu próprio material, onde se incluía a moderna Moto-Bomba oferta da Câmara Municipal.
Os mais velhos sabem-no, os mais antigos contam-na, será bom que os mais novos, e os constantemente distraídos, fiquem a saber que, a luta em¬preendida por aqueles bravos não abrandava, sofriam na pele os grandes trabalhos de, quando chamados a combater fogos fora da Vila, tinham de carregar, em auto-pesados gentilmente cedidos por amigos dos Bombeiros, todo o material. Por isso mais uma vez organizaram uma angariação de fundos para a compra de um ambicionado Pronto-Socorro. Inicialmente deslocaram-se à Quinta da Broa, onde a generosidade do Sr. Manuel Veiga prevaleceu, já que, revelando uma grande amizade pelos seus Bombeiros, fez a oferta de um exemplar da sua, mundialmente famosa, coudelaria, para ser sorteado e o produto daí resultante reverter inte¬gralmente para a compra de desejado Pronto-Socorro.
Preparadas as rifas e vendidas por quase todo o país no dia 11 de Novembro de 1944, depois de Ministerialmente autorizado, procedeu-se ao sorteio que premiou um cidadão de Pernes. Com a importância apurada, a que se juntaram muitas e generosas boas vontades, foi finalmente adquirido a mais desejada viatura auto, primeira desta casa.
 
Ford V8 de 1958 - Pronto-Socorro
Com o evoluir dos tempos, a Corporação cresceu, assim como a vontade de trabalhar, mais e mais. Nesta circunstância, e como as instalações de então já consideradas exíguas, aproveitou-se uma sugerida oportunidade, e a transferência fez-se para o Largo da Imaculada Conceição, em edifício compar¬tilhado com a antiga Casa do Povo, onde o pessoal, dedicou muitas horas de exaustivo trabalho em obras de adaptação, a fim de dar dignidade ao espaço ocupado, que serviu, dentro do razoável, de Quartel Sede até 1991.
O edifício era propriedade da família Mota e quando esta informou que pretendia vende-lo, toda a corporação desencadeou um grande movimento de solidariedade, no sentido de obter apoios e reunir a verba necessária à sua compra. De entre todos os amigos desta casa, destacou-se a grande Benemérita Dona Maria Amália Pinto Correia Câmara Pina que muito gentilmente contribuiu para a aquisição da sede dos seus Bombeiros em 1960.


Actual Quartel Sede
Com o crescimento da Associação, a sua casa foi-se tornando pequena e sem condições para responder às exigências do funcionamento do Corpo de Bombeiros. Então, mais uma vez, numa verdadeira congregação de esforços, foi elaborado um grandioso projecto do qual resultou o actual Quartel Sede situado no Largo do Parque de Campismo.

Medalha comemorativa da inauguração do Quartel a 23 de Março de 1991


Contudo, e para que tão grandiosa obra tivesse a sua conclusão, e seja hoje propriedade absoluta desta Associação, houve que contar com muito trabalho, ajudas industriais, comerciantes e de alguns outros amigos, bem como das indispensáveis contribuições estatais e da Câmara Municipal.

Placa de Homenagem à
Senhora Dona Maria Amália Pinto Correia Câmara Pina
Para a construção do actual Quartel Sede a Câmara Municipal cedeu em direito de superfície por 75 anos o terreno onde se encontra implantado, mas recentemente a actual Direcção conseguiu a doação efectiva do terreno pela Câmara Municipal a fim de ser registado em nome da Associação na Conservatória do Registo Predial.


Associação foi sofrendo mudanças ao longo dos tempos, resultado da modernização e evolução. O Corpo de Bombeiros passou a integrar elementos femininos a tempo inteiro o que originou mudanças a nível interno.
Para criar condições para se adaptarem as instalações às exigências actuais a Associação apresentou uma candidatura ao QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) para modernização das infra-estruturas e aquisição de material de protecção individual.
Recentemente a Associação adquiriu duas novas Ambulâncias de Socorro, um investimento avultado, mas que era essencial para que os nossos soldados da paz possam prestar um melhor serviço à população.


Ambulâncias novas adquiridas em Maio de 2010


Actualmente o Corpo de Bombeiros conta com 88 elementos. (O Corpo de Bombeiros).

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Golegã comemorou no passado dia 22 de Julho 67 anos, e se aqui estamos a festejar mais um aniversário devemo-lo a todos os Bombeiros Voluntários que nestes anos por aqui têm passado e em todos os momentos cumpriram o seu dever, acorrendo a centenas de fogos, e outros acidentes, transportando milhares de sinistrados e doentes nas suas ambulâncias, consumindo milhares de horas roubadas ao seu normal descanso não esquecendo também os muitos dirigentes que por aqui têm passado bem como funcionários e população.

Fotos: FA

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